Olhar
de Burca
(3ª
parte)
Uma visão holográfica do
espírito e da alma, na dimensão da materialidade. O corpo é o histórico de cada
um. Sinais, fraturas e cicatrizes com datas marcadas em uma agenda antiga e passada.
Caras e caretas de remédios doces e amargos; comidas saborosas e desejadas;
degustações em festas e comidas indigestas. Retenções de líquidos e
sofrimentos. O sorriso e o amargo, entre doces e salgados.
Idades de comportamentos arquétipos
e estruturas esqueléticas com a fisiologia interna da vida com o sangue que vai
e vem bombeado pela vida cardíaca. Como um resumo da vida, nas marcas do rosto,
cravos es espinha deixaram marcas da puberdade, com vergonhas e pudores, marcas
de tempos passados. Vivencias e convivências; risos e sofrimentos. Outros
olhares mais profundos também são encontrados. Marcados na expressão dos olhos,
a visão da alma. O espelho da alma, a íris e seus fragmentos delineados e/ou
entrelaçados.
Depois de imagens que
ultrapassavam os vitrais e as telas, imagens que ultrapassavam a própria imagem
com avanços para ver o que acontece do lado de fora, novas visões foram
avistadas. Com as próprias imagens, foi possível criar um novo texto que
ultrapassava a ideia inicial do texto. Na verdade, apenas uma imagem a mesma
imagem, com alguns cortes, buscando detalhes em um olhar reduzido. Um olhar que
não fosse influenciado por livro. Com uma pesquisa em redes sociais, seria
fácil descobrir algumas páginas que foram abertas naquele livro. E o importante
não seriam as páginas que se deixaram fotografar, mas as ideias e as impressões
de quem se dispôs a interpretar aquela imagem, inscrita em um olhar. O
acompanhamento de um café não solitário poderia influenciar. Interpretações que
poderiam ser feitas com o coração, a razão e a observação, e mais uma
diversidade de opções com analises anatômicas, fisiológicas, psicológicas e comportamentais
sociais, coletivas ou individuais.
O desejo de não incomodar, no
estilo qualquer sabor agradaria. Um café fervido e misturado pode vir cheio de
sabores, aromas e influencias. Bastaria observar os seus gostos e suas
preferencias: quente ou frio, puro ou com um pouco de água, diluído; misturado
com leite e outros ingredientes, tipos de açucares e tipos de adoçantes
traçariam um perfil, da interlocutora sorvendo em goles o café e a audição. Copos
altos com cafés gelados e enfeitados. Saberes e sabores vertidos em uma xicara.
As lembranças de outros cafés
poderiam subir à tona, e ser derramado na mesa. Um café ao acaso ou o café de
todos os dias; um café bem passado ou um café requentado, poderiam remeter ao
passado. Cafés e tempos coados e passados. Cafés de tempos expressos e
impressos no currículo da vida.
O livro a sua frente evitava
as palavras, com uma boca calada. Palavras que pudessem ser bem-ditas ou mal-ditas,
ou até mal interpretadas.
Era um livro de palavras
adquirido em uma casa de palavras, no bel espaço por vender livros e outros
argumentos, formados por letras e palavras. Uma casa que poderia escrever uma
trilogia com livros recém lançados de escritores e poetas: Seiva de Palavras (Clécia
Santos) e Apenas Palavras (José de Castro), mais o livro da foto que evitou o
pronunciamento de palavras, o Livro de Palavra (João Andrade). Um jogo de imagens
descritas por palavras.
Talvez os autores da suposta Trilogia
de Palavras possam ter-se retratados em seus livros. Não em fotos, mas por poemas,
versos e palavras. E minimamente estariam relatando em seus livros um capitulo
de suas vidas. Teriam usado seus livros como um véu, para esconder suas
verdadeiras palavras. Palavras que só eles terão as respostas das palavras
retidas, ou palavras repetidas, as palavras grafadas em seus corpos e suas
vidas. Seus livros e suas catarses, com uma permissão em aberto para outros
refletirem em benefício do próprio olhar e facilitar seus conhecimentos e suas
próprias catarses.
E ao ler em público com seus
livros abertos, estariam repetindo gestos, com os seus olhares, dando novas
oportunidades aos olhares de burca. Olhares calados com desvio de olhares,
atentos aos que passam, fora de suas histórias, fora das páginas escritas, e
fora de suas memorias.
E então surgiriam novas
interpretações, folheando outras páginas, com novos personagens e novos olhares:
de poetas, professores e escritores, com poesias relatadas em livros. O olhar
professoral, que lê o livro e vigia a turma. A mão que afaga é a mesma que
domina. O olhar que ensina é o mesmo que controla. A tríade de olhares, para os
lados, para a frente e para o livro.
Um olhar sob o ponto de vista
do olhar dos professores poderia inclusive fazer análises mais profundas com o
argumento de Michel Foucault com Vigiar e Punir. E o argumento do direito, onde
o réu ou o cidadão, tem o direito de não criar provas contra si mesmo, tendo em
vista que o aluno participa de uma prova oral ou escrita, sobre a matéria
ministrada ou lecionada, criando uma prova assumida e assinada sobre o seu
conhecimento adquirido, sem direito a recursos em outras instancias, chegando
aos tribunais superiores.
Vale o que está escrito, no
estilo mais simples de um jogo de bicho.
“Olhar de Burca”
disponível em:
“Olhar de Burca
(parte 2) ” disponível em:
“Olhar
de Burca (parte 3) ” disponível em:
Pausas para uma foto:
Os poetas e as
fotografias:
Loura do capim
dourado:
Onzes de setembro:
Em algum lugar entre
Natal/RN e Parnamirim/RN
por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
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Cultural
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Outros textos:
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