domingo, 9 de agosto de 2015

Roberto Cardoso (Maracajá)


Roberto Cardoso (Maracajá)

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Produção intelectual.

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sábado, 8 de agosto de 2015

Uma voz e um violão no Café Linkest

Uma voz e um violão no Café Linkest

 
 


Entre xicaras e aromas, sons diferentes eram ouvidos no café. Além dos sons das xicaras e das colheres, movimentadas com auxílio dos dedos, percebia-se que outros dedos movimentavam cordas sonoras sobre uma caixa esquia, produzindo sons. A acústica da caixa com cordas, e a acústica do ambiente. Sons que combinavam com sabores, produzindo imagens e cores, nas holografias da mente. Músicas que podem remeter a pensamentos, que lembram aromas e cheiros, constroem cenas e pensamentos. A construção do conhecimento por saberes, sabores e aromas, sensações tácteis, audições e pensamentos.

Alguns considerados como nerds, conhecem o aroma e o sabor do café, seus saberes e seus sabores. Mestres em linkar sites, plataformas e portais; com maestria podem linkar sabores e saberes. Mestres em insights; mestre em construir saberes e sabores, mestre em construir conhecimentos. A máster Oliver, tirando a essência das olivas, com sons e sentimentos.

Uma voz e um violão, sons que eram captados pela sensibilidade auditiva dos frequentadores do Café Linkest. Entre mesas e balcões não era possível olhar a exata posição, distinguir a localização, de quem tocava e cantava. Não era possível identificar o protagonismo da canção. Apenas era possível imaginar como ela estaria sentada, ou posicionada, com seus dedos percorrendo as cordas do violão. Era uma voz feminina. E a voz parecia surgir do nada, ecoando no ambiente, e invadindo a mente. Ficava uma dúvida no momento, se era uma audição ou uma percepção. Por outros meios, no ar ou no vácuo, meios e mídias, não identificados.

Talvez enquanto um cliente preparava o seu café, para tomar e degustar. Ela também se preparava, para cantar e tocar. Aconteciam cenas paralelas: escolhas entre leite desnatado ou integral, açúcar ou adoçante, chocolate ou canela; ajustes de afinação das cordas e um olhar para uma suposta janela. Um olhar para o alto, um olhar perdido, pensando no tipo de café que gostaria de beber e sorver, ou na primeira música que gostaria, para cantar e tocar. Um rodopiar da colher na xicara, e os primeiros acordes de cítara. Um folhear no cardápio e um folhear no caderno de cifras pautadas. A movimentação dos lábios dando início a sabores e sons. O verter do café na xicara, o verter da voz e do som.

Não era possível identificar de onde vinha a voz. Mas a voz ecoava com sonoridade e suavidade, uma voz e um violão. Canções para ser acompanhadas por um café. A cada gole sorvido, uma interpretação. As interpretações das frases a cada gole, um degustar de sons e sabores; gostos e vozes.

O cérebro como um computador, executando inúmeras funções: a coordenação dos dedos, a coordenação do timbre de voz. E com a audição o acompanhamento o retorno, o feedback, acompanhando resultados para corrigir os atos não programados, os desvios indesejados provocados pelas cordas, vocais e do violão. Com os silêncios dos espectadores, apreciadores, admiradores, era possível gravar em áudio, apenas a canção, com voz e violão.

Entre um café e outro, entre uma canção e outra; uma pausa. A pausa para um gole de agua. Agua para molhar a garganta, suavizar as cordas vocais ou as papilas gustativas. Ao final a possibilidade de novas degustações; a escolha de outro café, ou a solicitação de uma nova canção.

Cenas do Café Linkest; cenas de uma canção, cenas de um cafezinho.

 
Texto relacionado:
A Menina do Café Linkest
http://www.publikador.com/cultura/maracaja/2015/05/a-menina-do-cafe-linkest/
 

Texto disponível em:
http://www.publikador.com/cultura/maracaja/2015/08/uma-voz-e-um-violao-no-cafe-linkest/

  

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN; em 08/08/2015